Habilidades Socioemocionais
Relacionar-se com o mundo e com os outros: essa é uma condição primordial da vida em sociedade e, cada vez mais, esse relacionamento exige muito de todos nós. Cada pessoa possui seus valores, sua carga emocional e suas habilidades para lidar com os desafios cotidianos e é nesse contexto que o desenvolvimento das competências socioemocionais se apresenta como necessidade essencial. A habilidade socioemocional é a capacidade de se relacionar com outros indivíduos e superar desafios de maneira saudável e equilibrada.
Por isso, está cada vez mais em evidência a necessidade de ter habilidades socioemocionais no ambiente de trabalho. As empresas buscam profissionais com inteligência emocional para lidar com os problemas, gerenciar equipes e atender clientes.
O que fazer para chegar lá? Essa habilidade pode ser trabalhada ao longo da vida do indivíduo, no ambiente escolar e familiar. Por isso, é tão importante propiciar novas experiências, o trabalho colaborativo e a consciência sobre “quem eu sou” ao longo do percurso escolar.
Importância das Habilidades Socioemocionais
Elas são necessárias no dia a dia do indivíduo, bem como no ambiente de trabalho. Afinal, é sempre importante ter um colaborador capaz de lidar consigo e compreender o outro para tomar decisões dentro da empresa.
O novo profissional precisa ser capaz de se adaptar às mudanças do cotidiano cada vez mais rápido, gerir projetos e aliar conhecimento técnico ao conhecimento humano. Por tudo isso, faz-se necessário desenvolver as habilidades socioemocionais.
Inteligência cognitiva e inteligência socioemocional:
A habilidade de lidar com as emoções se tornou um assunto em alta no mercado de trabalho após o lançamento do livro “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman. O psicólogo estudou as emoções e a capacidade de aprendizado das pessoas de acordo com os seus níveis de inteligência:
- inteligência cognitiva, avaliada pelo quoeficiente de inteligência (Q.I.). Ela representa a intelectualidade e a capacidade de raciocínio lógico, que até então era considerada a característica mais importante dos indivíduos;
- inteligência emocional, avaliada pelo quoeficiente emocional (Q.E). Ela considera diferentes habilidades do ser humano como o controle de suas emoções, automotivação, facilidade para se relacionar com as outras pessoas, entre outros.
Os trabalhos em equipe, por exemplo, estimulam a criatividade, o relacionamento interpessoal e o desenvolvimento do sentimento de empatia, uma vez que é necessário saber ouvir e expor sua opinião para os outros. Esse tipo de atividade também ajuda a desenvolver um raciocínio lógico e o poder da argumentação, além da habilidade de lidar com suas emoções e saber ser contrariado. Essa situação simples já está o preparando lidar com seu ambiente de trabalho no futuro. Isso pode ocorrer em diferentes situações da vida das pessoas, como em uma entrevista de emprego, concurso, rotina de trabalho, reuniões corporativas e atividade em sala de aula. Logo, ter habilidade para lidar com os sentimentos e com os outros também leva à inteligência da ação.
Abaixo as habilidades socioemocionais:
Empatia:
É a capacidade de se colocar no lugar do outro. Essa competência socioemocional permite o entendimento das ações e emoções dos outros indivíduos e estimula a abertura ao diálogo e à cooperação.
Responsabilidade:
Desenvolver a noção de que há consequências em cada atitude tomada é de extrema importância para a vida em sociedade. Por isso, a necessidade de aprender a guiar as decisões com princípios éticos e democráticos.
Autoestima:
Essa competência socioemocional está ligada ao autoconhecimento e à capacidade de entender seus pontos fortes e suas limitações, sem que isso cause um prejuízo à sua confiança.
Criatividade:
A partir do uso da imaginação e da capacidade de criar algo novo, essa competência tem como foco o estímulo do pensamento crítico e da pesquisa, a fim de encontrar soluções inéditas para questões que se apresentem no dia a dia.
Comunicação:
Ao conseguir se expressar de maneira assertiva e segura, conseguimos comunicar nossas opiniões e nossos sentimentos de maneira clara e direta.
Autonomia:
Ao nos conhecermos e sabermos qual a melhor maneira de nos cuidar e cuidar dos outros, no convívio social, a capacidade tomar decisões por contra própria (e que impactem positivamente na coletividade) é estimulada.
Felicidade:
Embora as definições para o termo sejam as mais variadas possíveis, a partir das áreas do conhecimento que a estudam, a felicidade entra como uma competência socioemocional na medida em que representa o ato de se sentir bem de uma maneira ampla (considerando fatores emocionais, sociais e psíquicos como elementos de formação de cada um).
Paciência:
Em tempos de alta ansiedade e estimulação acentuada através dos meios digitais, a paciência soa para além de uma competência e ganha ares de virtude. Mas, está totalmente ligada à capacidade de se controlar diante de situações complexas e buscar soluções com calma e tranquilidade.
Sociabilidade:
A capacidade de se relacionar com os demais também precisa considerar que a harmonia se estabeleça e, dessa maneira, o convívio em sociedade se guie através do diálogo e do respeito.
Ética:
Poder avaliar de que maneira as situações são conduzidas por você mesmo e pelos outros, a partir dos valores sociais e de condutas que não causem prejuízo moral à sociedade.
Organização:
Essa competência socioemocional permite que se entenda a importância do planejamento para o atingimento dos objetivos, bem como a importância dos trabalhos desenvolvidos em grupos ou do gerenciamento de tarefas para se chegar a resultados propostos.